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domingo, 18 de janeiro de 2009

Primeiros passos do jovem príncipe

Relação com a nobreza

O papel da nobreza portuguesa está simbolicamente representada num relato da batalha de S.Mamede, inserido na Crónica Galego-Portuguesa, onde se conta que, D.Afonso Henriques derrotado num primeiro embate pelas tropas de Fernão Peres de Trava, foge do campo de batalha.Porém surge Soeiro Mendes, um dos senhores de Ribadouro, que o censura pelo acto, fá-lo regressar ao combate e ajuda-o a vencê-lo.

O verdadeiro significado deste trecho, é o facto de que Afonso Henriques, não teria sido rei se a nobreza portuguesa não lhe tivesse entregue o poder,daí a obrigação subsequente de os recompensar com dons e privilégios.

Note-se que a cena relatada do príncipe a fugir do campo de batalha pode não ser real. é muito provável tratar-se de uma lenda, mas revela a dependência, em que se encontrou os primeiros tempos do seu governo

Relação com o clero

Antes porém das primeiras benesses distribuídas pela nobreza. foi o clero o primeiro a ser contemplado.Como se o jovem governante desde logo se preocupasse em pedir a protecção divina.O principal e mais importante destinatário dessas benesses foi Paio Mendes, arcebispo de Braga, estabelecendo o contra-ponto, face ao apoio de Afonso VII a Compostela.

Obviamente que a importância de Braga não se comparava a Compostela, mas também aquele arcebispado de igual modo aspirava a idênticos sonhos de alargamento de influência

A atitude passiva de Afonso VII

A não reacção de Afonso VII perante o desenlace de S.Mamede , justifica-se muito simplesmente porque não era do seu interesse a unificação entre Galiza e Portugal, com pretensões autonómicas, conforme as aspirações de sua tia aliada aos Travas, reduzindo-se as possibilidades de reconstituição do reino do seu tio-avô Garcia, em segundo lugar terá esperado uma retaliação dos Travas e da nobreza galega essa sim que inexplicavelmente não aconteceu.

Uma outra razão plausível para o afastamento de Afonso VII das consequências da Batalha de S.Mamede foi a dos preparativos dos seu casamento com Berengária, filha do Conde de Barcelona, que se realizou em Saldaña em Novembro deste mesmo ano.

1 comentário:

Anónimo disse...

Obviamente que a importância de Braga não se comparava a Compostela, mas também aquele arcebispado de igual modo aspirava a idênticos sonhos de alargamento de influência
Não percebo muito bem este comentário. Uma vez que Braga tinha mais importância e autoridade religiosa que Compostela, sendo o seu arcebispo legado papal ao ocidente da península. Tendo ainda como vassalos religiosos os bispos de Astorga, Mondonhedo, Ourense, Tui, Porto, Coimbra, Lamego e Viseu o que perfazia a totalidade do reino da Galiza excepto a jurisdição de Lugo e a cidade de Santiago. Compostela aspirava sim a usurpar os direitos de Braga. Diego Gelmírez consegue o arcebispado para Santiago de Compostela em 1120. As pretensões do bispo eram que Compostela fosse reconhecida como igreja metropolitana da Galiza, contra os direitos tradicionais de ostentava Braga desde os tempos de São Martinho de Dume. O papa não aceita e decide criar uma nova jurisdição, que representava uma anomalia no poderio eclesiástico peninsular e que, além disso, exercia o seu poder não sobre os territórios galegos em que estava localizada geograficamente, mas na antiga jurisdição de Mérida (Estremadura atual e terras a sul do rio Douro)