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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A introdução da regra de Santo Agostinho(1134)

Durante os séculos VII e VIII os mosteiros não possuíam uma estrutura definida, cada um era autónomo governava-se a si próprio , não possuindo uma estrutura, nem regras de conduta comuns.

Pouco a pouco porém foram-se criando regras e modelos monásticos, como por exemplo o de Cluny, que fazia prevalecer a celebração ritual e a oração comunitária das solenidades litúrgicas sobre o testemunho da vida evangélica. Utilizavam todos os recursos da imaginação da arte, da riqueza, do poder e da disciplina para incutir o maior esplendor possível à oração publica.


Foi assim durante um século, mas a contestação surge, devido ao alheamento em relação a uma sociedade em mudança, Novos conceitos aparecem, mais fieis ao ideais de renúncia e despojamento de acordo com o Evangelho.

Surgiram então várias opções monásticas, tal como a formada em Císter, na Borgonha, por monges que resolveram abandonar Cluny e criar uma abadia mais austera, que viria a tornar-se muito rapidamente uma das mais influentes na Europa.

Também essa influência chegou a Portugal e a formação das comunidades teve o seu modelo exemplar naquelas que Santo Agostinho estabeleceu, assegurando os ofícios divinos, sob a orientação do bispos, que praticavam o celibato e viviam em comunidade.

Depois de algum tempo de apagamento por ter sido estabelecida outra regra segundo o modelo de São Bento, que fez ressurgir os princípios monásticos, dos tempos de Carlos Magno, que mais não fez do que promover o retorno à acumulação de privilégios do que devoções, volta a surgir a ideia por oposição, ao fausto e ás riquezas, do despojamento evangélico.

Foi já no final so século XI, durante o pontificado de Urbano II, que várias comunidades de clérigos, voltaram a adoptar as normas consignadas na Regra de Santo Agostinho.

A partir do papa Inocêncio II (1130-1142), a Santa Sé fixa a regra de Santo Agostinho a todas as comunidades de cónegos. Com isto recupera Santo Agostinho um posto eminente na história religiosa ocidental e sua regra recomeça uma brilhante carreira que chega até os dias de hoje.

Em Portugal a introdução da regra de Santo Agostinho, na comunidade de Grijó* foi a primeira duma longa série que viria a acontecer nos mosteiros de Entre Douro e Minho.

*O Mosteiro de São Salvador foi sendo construído a partir do século X, sob o nome de Mosteiro de Eclesiola, tendo sido baptizado no século XI pelo bispo de Coimbra, como Mosteiro de São Salvador de Eclesiona. Com o passar dos anos a terra começou a chamar-se Egrejinha (Igriji em latim), passando depois para Egrijó e finalmente Grijó. No século XVI, o Mosteiro foi novamente baptizado, desta vez pelo bispo do Porto, como Mosteiro de São Salvador de Grijó. Contém o túmulo de Rodrigo Sanches, filho ilegítimo do Rei Sancho I de Portugal e da sua amante, a formosa Ribeirinha. Os claustros do mosteiro têm servido vários propósitos ao longo dos séculos, servindo mesmo de hospital durante a resistência à invasão napoleónica no século XIX.
Créditos : aqui

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