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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Concessão do foral a Freixo de Espada à Cinta



O castelo de Freixo de Espada à Cinta é uma das mais antigas fortalezas transmontanas, estando documentada desde praticamente o século XII e antecedendo, por isso, o fenómeno de vilas novas criadas por D. Afonso III e D. Dinis.

A referência mais antiga data de 1152 ou 1155-1157, anos em que D. Afonso Henriques passou carta de foral à localidade.

É de presumir que a construção da fortaleza tenha ocorrido a partir deste diploma, mas só possuímos informações documentais relativas a obras em 1258. Perante estes dados, é provável que, logo no século XII, se tenha edificado um primitivo reduto, eventualmente com cerca a defender a povoação, como sugere Mário Barroca, fortificação essa que acabaria por ser ocupada pelas tropas leonesas entre 1212 e 1213.

Deste primeiro momento de vida do castelo, todavia, pouco ou nada é o que sabemos e o conjunto aguarda ainda por uma monografia rigorosa que permita identificar, por exemplo, se partes da actual muralha podem corresponder a esse período.

No século XIII, a partir do foral outorgado por D. Afonso III, datado de 1273, o castelo foi objecto de uma extensa campanha de obras. Estamos mal informados a respeito da extensão dos trabalhos realizados, pela grande destruição actual do conjunto, mas não restam dúvidas da grande importância desta campanha, em particular a que se desenvolveu no reinado de D. Dinis, a ponto de Rui de Pina escrever que este monarca povoou de novo e fez o castelo.

O principal elemento remanescente é a alta e cenograficamente refinada torre heptagonal (também designada por Torre do Galo). De fabrico dionisino, trata-se, ao que tudo indica, da torre de menagem do castelo gótico, independentemente de Rita Costa GOMES, admitir que tal função havia sido reservada a uma “das torres quadrangulares hoje demolidas, de traça mais arcaica” e de a torre heptagonal ser já posterior, eventualmente do reinado de D. Fernando.

Com cerca de 25 metros de altura, e com faces de diferentes larguras, impõe-se na malha antiga da localidade e é uma das mais importantes realizações militares do tempo de D. Dinis, testemunhando o aparecimento dos dispositivos de tiro vertical, através dos balcões corridos assentes em cachorrada e com chão perfurado (também designados por machicoulis), e a complexificação planimétrica da estrutura, que permitia uma melhor defesa circundante.

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