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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Alterações no comando militar

O desastre de Badajoz viria a provocar um verdadeiro terramoto, que se reflectiu no afastamento de Pêro Pais da Maia, sexto alferes-mor do Reino, que desempenhava o cargo havia mais de 20 anos, incompatibilizado com Afonso I de Portugal, que por certo o responsabilizara por algum aspecto do desenrolar da acção militar decorrida em Badajoz, ou algum acontecimento que poria em causa a sua lealdade.

O senhor da Maia passa ao reino de Leão, onde Fernando II lhe confia o mesmo cargo na sua corte, não passando a figurar entre os confirmantes dos diplomas régios, mesmo depois da morte de D.Afonso Henriques.

O cargo de alferes-mor do Reino, equivalente a um comandante operacional do exército, era de extrema importância, mais ainda numa altura em que se confirmava a incapacidade física de D.Afonso, que não poderia voltar a montar a cavalo.

Aliás a incapacidade física do Rei, aos 60 anos, era muito mais grave do que isso, pois nem sequer poderia voltar a andar e tinha de ser transportado ou em anda ou em colo de homens.

A versão da incapacidade física do rei ser verdadeira, é a mais plausível, contudo, ficou sempre a pairar a ideia, por certo para minimizar a humilhação que o Rei deveria sentir, pela sua condição, que afinal se tratava duma habilidade, mais uma esperteza do nosso Rei, que havia prometido ao genro voltar à prisão, logo que pudesse voltar a montar a cavalo. Assim, a sua incapacidade física seria simulada, para não cumprir esses compromisso

Nesta circunstância a escolha recaiu sobre o seu filho mais velho embora ilegítimo Fernando Afonso, filho da sua ligação com Châmoa Gomes, antes do seu casamento com D.Mafalda.Curiosamente meio-irmão de Pêro Pais, filhos da mesma mãe
Fernando Afonso contava então 30 anos, enquanto Sancho o herdeiro da coroa, jovem adolescente contava apenas 15.

Fernando Afonso foi pois nomeado alferes-mor do Reino em Setembro de 1169.Cargo que manteria durante cerca de 3 anos.

Se bem que nesse período não tenha havido notícia de acontecimentos militares a sua presença no segundo lugar da monarquia portuguesa, viria a provocar, sabe-se hoje, atritos internos, nos jogo de interesses que se formaram em torno da sua figura enquanto sucessor de D.Afonso e de D.Sancho o jovem herdeiro "legal".

Em volta de Fernando Afonso encontrava a nobreza minhota e as ordens militares internacionais, os Templários e os Hospitalários.

Ao lado de D.Sancho colocava-se a nobreza sulista e as ordens militares hispânicas de Santiago, Uclés e Évora.

Será interessante observar como D.Afonso Henriques arbitrou e resolveu este conflito.

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