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sábado, 24 de janeiro de 2009

Mudança da residência real para Coimbra



(mosteiro de Santa Cruz fundado em 1131)

Os autores que têm estudado o condado portucalense, consideram que os condes, viveram normalmente em Guimarães e o próprio príncipe também, até 1131 e a partir desse ano muda-se em Coimbra.

A troca da residência real de Coimbra por Guimarães, tornou-se, talvez a mais transcendente de todas as suas decisões para a sobrevivência de Portugal como nação independente.

Em primeiro lugar pela proximidade com o Mosteiro de Santa Cruz que exprime o seu vínculo com o poder divino, de que o seu era emanação terrena, de acordo com a tradição medieval da altura.

Em segundo lugar, mais importante ainda o afastamento da nobreza senhorial do Norte a quem afinal devia o poder, mas da qual não queria depender, mas que não deixou de retribuir generosamente, sancionando os seus poderes senhoriais através da concessão de cartas de couto, embora não o fazendo fora das suas regiões de origem.
Até ao fim de século XII, não cria senhorios fora da zona entre os rios, Minho e Vouga, apoiando-se num grupo social diferente, que viria a constituir o embrião de uma nobreza de serviço dócil e maleável.

Em terceiro lugar ,a caracterização urbana de Coimbra, em oposição á ruralidade do Norte, devido à especificidade da repartição do trabalho, convivência e uma mentalidade menos dependente das imposições da Natureza.

Em quarto lugar, o facto de Coimbra estar mais perto da fronteira com o território islâmico, uma mais intensa e eficaz actividade guerreira. Os ataques que Coimbra estava sujeita impuseram a necessidade de alargar a cintura das fortalezas protectoras, ao mesmo tempo que alavancavam a partida para a conquista das fortalezas a Sul, Santarém e Lisboa

Entre 1136 e 1147 construíram-se os castelos de defesa de Coimbra, de Soure, Pombal,Germanelo, Penela, Miranda do Corvo e Arouce.

O estabelecimento de Afonso Henriques em Coimbra, abre o caminho para o alargamento do território, que por sua vez tornará possível a sobrevivência de Portugal. Finalmente, a fixação em Coimbra, pô-lo em contacto com a tradição cultural moçárabe, que perseverava elementos importantes não só da civilização árabe, mas também do direito e da liturgia visigótica, em detrimento á tendência cultural dominante no Norte guerreiro, campestre e rude.

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