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domingo, 5 de abril de 2009

A batalha de Cerneja e a paz de Tui



A paz de Tui, foi assinado em 4 de Junho de 1137, entre D.Afonso Henriques e o imperador Afonso VII.

Pela parte portuguesa confirmam o pacto, a arcebispo de Braga D.Paio Mendes e o bispo de Porto, nessa altura já o referido João Peculiar e pela parte leonesa, os bispos de Segóvia, Tui e Orense, sendo de crer que fossem estes prelados quem trabalhasse então na concórdia entre os seus príncipes.

Que dizia então o texto desse pacto ?

  1. O infante D.Afonso prometia fidelidade e amizade ao Imperador, a quem nunca provocaria morte ou dano
  2. Que o infante prometia respeitar os territórios portugueses do Imperador, de tal modo que os não invadiria mais e se algum dos seus barões o invadisse, ele ajudaria lealmente a restituí-lo.
  3. Que se os filhos do Imperador, quisessem manter a paz, D.Afonso Henriques, ficava obrigado a fazer o mesmo.
A título de "bonus" Afonso VII o Imperador concedia ao infante naquele acto, as terras de Astorga, (que já haviam pertencido a seu pai), pelo qual D.Afonso Henriques, se constituía vassalo de Afonso VII.

A evidente submissão que este acto representa para D.Afonso Henriques, é surpreendente, face até á anterior vitória militar que obtivera em Cerneja.

  • Mattoso diz o seguinte sobre a batalha de Cerneja

Ainda na sequência da coroação de Afonso VII como Imperador e na sua tentativa de definir com mais clareza as suas relacção com Navarra e Aragão, firmou os laços com o Rei de Aragão, Ramiro II, através do casamento do seu filho com Petronilha de Aragão, concedendo-lhe em benefício a cidade da Saragoça, que motivou a revolta do rei de Navarra.

D.Afonso Henriques aproveita a ocasião e volta a ocupar os condados de Toronho e Límia
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Na sequência a batalha de Cerneja, na qual D.Afonso captura Rodrigo Veilaz, conde de Sárria, enquanto D.Afonso VII estava ocupado em dominar a revolta do rei de Navarro, sendo que só após este conflito resolvido, veio a Galiza, submeter o conde Límia à sua autoridade e encontra-se com D.Afonso Henriques

Quase todos os medievalistas se têm debruçado sobre esta questão.

Dizem uns que a evidência da derrota política de D.Afonso Henriques, que a leitura do texto comporta não corresponde á realidade, pois a documentação que chegou aos nosso dias estaria incompleta, como se comprova o facto de se mencionar apenas a presença do clero no evento, quando deveriam ter estado presentes muito mais entidades, ligadas á nobreza de ambos os lados, pelo que também faltaria nesse texto, os compromissos que o Imperador assumiu para com seu primo.

Para esses, estaríamos em presença de um acordo bilateral e não de um pacto de vassalagem.

Para outros, a derrota confirma-se pela confrontação de situações antes e depois do pacto.

Antes do pacto, Afonso Henriques era o senhor absoluto de todo o sul da Galiza, nomeadamente das províncias de Toronho e Límia, suserano dos condes galegos Gomes Nunes e Rodrigo Peres, vencedor da batalha de Cerneja e senhor da cidade de Tui.

Depois do pacto, perdeu tudo o que tinha adquirido na Galiza e que haviam sido terras de sua mãe e ganhava de volta Astorga, algo que por herança paterna, há muito haveria de lhe ser reconhecido.

Talvez tudo se justifique pela necessidade de acorrer a sul do território onde o castelo de Leiria sofria (eventualmente) por essa altura um ataque demolidor, como se viu anteriormente

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Concessão do foral a Seia

Em 1132, o rei D. Afonso Henriques fez doação de Seia ao seu valido João Viegas por reconhecimento dos serviços prestados. Em 1136, Seia tem o seu primeiro foral, dado pelo mesmo monarca, que a designa por Civitatem Senam (cidade de Seia) embora óbviamente não se possa considerar que Seia fosse uma cidade, e em todos os forais seguintes é designada por vila

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Na altura da conquista por D. Afonso Henriques foi reconstruído um castelo de que hoje não restam vestígios, mas que se presume tenha sido edificado no local onde se situa a Igreja Matriz.

Este castelo, elemento estruturador da povoação, determinou a importância militar de Seia, e aliado ao facto de esta ser uma região intensamente agrícola, proporcionou-lhe medidas proteccionistas durante a Idade Média.

Com D. Manuel, Seia foi elevada à categoria de Concelho, reforçaram-se as muralhas e reconstruíram-se alguns edifícios religiosos.Com as medidas promotoras da indústria dos lanifícios do século XVIII, a vila enriqueceu e desenvolveu-se, restando ainda algumas fachadas barrocas dessa época.

Hoje é uma cidade (desde 1986) agrícola e pastoril, possuindo focos industriais no sector dos lanifícios (fiação, tecelagem e confecção) e é um dos acessos principais à Serra da Estrela.

Créditos ; Solares de Portugal.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Concessão do foral a Miranda do Corvo



Miranda e o seu castelo desfrutam de importância relevante pelo papel que desempenharam na linha de defesa de Coimbra, pela parte sul, ao tempo da Reconquista Cristã.

Pouco se sabe acerca do burgo e do castelo. Mas há notícia que, em 1116, a povoação foi arrasada por uma violenta invasão que aniquilou os habitantes trespassando-os a fio de espada.

D. Afonso Henriques empenhado na reconquista e planeando o seu avanço para Sul, preocupou-se com a organização do concelho, fazendo ressurgir a povoação e mandando reconstruir mais fortemente o castelo.

Em 19 de Novembro de 1136 atendendo à importância da vila e da região circundante no fortalecimento das posições militares e no avanço para sul, tendo como objectivo o Vale do Tejo, concedeu-lhe a "Carta de Foral" que D. Afonso II confirmaria por meio da carta autenticada com selo de chumbo em 1217.

Os habitantes de Miranda receberam foral de D. Afonso Henriques; não directamente, mas nas pessoas do donatário Uzberto e de sua esposa Marinha. Foi este foral depois confirmado por D. Afonso II.


O Foral de Miranda do Corvo reveste-se de importância especial na história dos forais portugueses. De facto este foral é o precursor de transformação do pagamento das penas em dinheiro, abandonando progressivamente as penas corporais.


Créditos :História de Portugal-V2-J.Mattoso-*