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domingo, 24 de janeiro de 2010

Torneio de Valdevez




Depois da prestigiante vitória em Ourique, impunha-se a D.Afonso Henriques duas tácticas possíveis no caminha da aformação perante os leoneses, ou o caminha da paz e do cumprimento escrupoloso da paz alcançada em Tui, ou o do confronto aberto em violação desse mesmo acordo.

A opção tomada foi a segunda, apesar dos riscos, também é certo que D.Afonso VII, tinha outras frentes de permanente quezília com Navarra e Aragão e também com os mouros a Sul, que podería indicar ser este o caminho mais aconselhável.

Reunindo pois as suas forças D.Afonso Henriques pela 5ºvez em 10 anos resolve invadir a Galiza, tentando dominar Toroño e Limia, a resistência galega foi intensa, assim como a retaliação do rei leonês que acabou por trazer os seus exércitos até à Galiza.

Com acontecia algumas vezes na Idde Média, substituí-se um reencontro militar feroz por um torneio militar. Contudo tal acontecimento não terá sido de todo em todo pacífico, porque dos primeiros contactos militares foi preso o conde Radimiro, que chefiava a força leonesa e que terá motivado a organização do tal torneio militar.

Este torneio aconteceu nas margens do rio Vez, onde hoje se encontra se situa a cidade de Arcos de Valdevez

Do tal torneio resultou a vitória portuguesa, o que levou Afonso VII a solicitar tréguas através do arcebispo de Braga, o que veio a acontecer ajustando-se um período de acalmia, (chamar-se-ia cessar fogo hoje em dia) pelo prazo de alguns anos.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Hipotética vinda de monges da Claraval para Tarouca



D. Afonso Henriques lançou a primeira pedra do mosteiro no seu regresso da batalha de Trancoso, iniciando-se a construção deste mosteiro cisterciens, neste ponto do rio Varosa

Após a construção do mosteiro de S. João de Tarouca a Ordem de Cister continuou as suas construções, por exemplo os conventos de Santa Maria de Salzedas e Alcobaça, pois os religiosos de Cister deviam viver do seu trabalho, não acumular riquezas, e edificar os mosteiros em lugares ermos, sem qualquer decoração.


Durante muito tempo considerado a mais antiga fundação cisterciense em Portugal, estudos recentes vieram retirar-lhe esse estatuto, em benefício da comunidade de S. Cristóvão de Lafões, vinculada a Cister a partir de, provavelmente, 1137.

E se, em Lafões, o mosteiro medieval não sobreviveu até hoje, em Tarouca conserva-se ainda o essencial da obra original.

Quatro anos mais tarde, o mesmo monarca doou o couto de Santa Eulália aos monges de Tarouca, documento onde se refere, expressamente, que a instituição se regia secundum Ordinem Cisterciensium.

Directamente filiado da Abadia-Mãe de Claraval, o Mosteiro de S. João de Tarouca, de arquitectura românico-gótica, conseguiu, em menos de um século, um importante número de doações e benefícios que lhe valeram ser detentora de um grande e rico património, mosteiros, conventos e abadias cistercienses, espalhados por todo o norte e centro do país.


Os religiosos de Cister deviam viver do seu trabalho, não acumular riquezas, e os mosteiros seriam edificados em lugares ermos, sem qualquer decoração.

Chamoa Gomes e o primeiro filho



Não foi por certo fruto de primeiras experiências amorosas, mas foi em 1140 que D.Afonso Henriques foi pai pela primeira vez, tinha então á volta de 30 anos.

Fontes de imaginação mais romântica como Diogo Freitas do Amaral, afirmam que foi a mãe desse primeiro filho Chamoa* Gomes, por "quem se enamora intensamente, que será o grande amor da sua vida", que é nem mais nem menos que uma sobrinha de Fernão Peres de Trava.

Chamoa foi primeiro casada com Paio Soares de quem teve 3 filhos, enviuvou, foi monja num mosteiro beneditino. Teve mais tarde um filho de Mem Rodrigues de Tougues, que morreu novo, só depois conheceu D.Afonso Henriques.Talvez a sua vida atribulada lhe tenha valido a alcunha de "A Loba".

Este primeiro filho que se chamará Fernando Afonso, irá desempenhar um papel político importante, mesmo depois da morte de seu pai.

Fernando Afonso, foi eleito grão-mestre da Ordem do Hospital em 1202,provavelmente por influência que sua meia-irmã Matilde de Flandres exercia junto do papa Inocêncio III.

Tendo participado no vergonhoso cerco a Constantinopla em 1204, no âmbito da 4ª Cruzada, pois como se sabe o objectivo era de conquista da Terra Santa.

Neste ano é documentada a sua presença em Acre em Julho de 1204

Demite-se do seu cargo e volta a Portugal em 1206. Segundo o Chronica magistrorum defunctorum (um texto do século XIV) no regresso á pátria foi envenenado "pela sua gente". A sua sepultura está na igreja de S.João de Alporão em Santarém.

(Cf. Mattoso, José - "A Formação da Nacionalidade no espaço Ibérico", História de Portugal, vol. II, (dir. José Mattoso), Círculo de Leitores, s.l., 1993.)

Na foto a velha Igreja de S. João do Alporão, construída durante o século XII.

A Igreja integrava-se numa das portas de acesso à Vila – a Porta de Alporão - e era um ponto fundamental na organização urbana de Santarém.

No século XIV, realizavam-se no local reuniões onde se discutiam os problemas da Vila. Mais tarde, corria o século XVII, chegou a servir de arrecadação a um particular. Em 1910, o edifício foi classificado como Monumento Nacional e hoje é o Museu Municipal de Santarém, onde pode ser visto um valioso espólio arqueológico e cultural.

* Alguns autores chamam-lhe Flâmula Gomes

segunda-feira, 30 de março de 2009

A destruição do castelo de Leiria

Em boa verdade a instalação do castelo de Leiria e da restante rede de protecção a Coimbra, não tinha só aspectos defensivos. Também era uma ponte de apoio para ataques organizados a posições muçulmanas.

Também em muitos casos as expedições tinham fins mais modestos sob o ponto de vista da envergadura dos ataques, não se tratava ainda de atacar Santarém, mas pagar de igual modo o que os mouros faziam nas planícies do Mondego.

Passaram pois a organizar-se, fossados, nas regiões mais próximas, nomeadamente na zona da Ladeia, como era conhecida a zona entre Condeixa e Ansião. Passaram esse ataques a ter um certo carácter regular, nomeadamente na Primavera ou no Verão.

Temos portanto que a melhor defesa de Coimbra e os ataques que passaram a sofrer da parte dos cristãos terá criado nos muçulmanos a necessidade de destruição do castelo de Leira.

A datação do forte ataque , torna-se difícil apurar, continuando a existir dúvidas sobre essa matéria, não restando contudo dúvidas, que a destruição do castelo aconteceu realmente.

Fica a sequência mais lógica
  • 10-12-1135-Começa a construção do Castelo de Leiria
  • 1136-Verão-Afonso Henriques dirige o fossado da Ladeia
  • 1136-Novembro-Dá foral a Miranda do Corvo
  • 1136-1137-Fernão Cativo(1) inicia presúria(2) da Ladeia
  • 1137-Afonso Henriques tenta tomar Tui na Galiza-Batalha de Cerneja
  • 1137-Ataque a Leira pelos muçulmanos, ameaçando Coimbra
  • 4-07-1137-D.Afonso Henriques assina apressadamente o acordo de Tui acorrendo a Coimbra para a defender.
Parece ser esta a hipótese mais lógica e que justifica afinal as condições desfavoráveis com que aceitou as condições do pacto de Tui.

Outras hipóteses são colocadas nomeadamente a de Herculano, que refere a possibilidade de terem havido dois ataque destrutivos a Leiria um em 1137 e outro em 1140

(1)-Fernão Peres Cativo-foi o primeiro alferes-mor de Afonso Henriques, uma espécie de chefe de Estado Maior dos tempos modernos.
(2)Presúria-era a ocupação de terras, fossem ela desertas ou cultivadas, neste caso percebe-se que após o fossado da Ladeia, tenha acontecido a tentativa de atraír pessoas á terra conquistada, para a ocupar.